terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A meia-noite de fato

São inúmeros os rituais de virada do ano que ficamos sabendo. Comer lentilha, vestir-se de branco, entrar no mar para pular ondas são alguns deles.

Minha tia, de vida triste por quase toda vida, de uns tempos para cá, nunca está disponível à meia-noite para dar/receber abraços e felicitações: mete-se embaixo do chuveiro com a intenção de entrar o ano limpa.

O pai de um amigo distribui pequenos envelopes contendo sementes de fruta do conde para os familiares colocarem na carteira; diz que a simpatia funciona para chamar dinheiro.

E num bairro distante daqui de Porto Alegre, um casal bastante próximo a mim decidiu, desde que se casaram, passar a virada do ano, no quarto deles, nus e enroscados. Dizem que querem o amor atado com nó bem firme. Por isso a hora de baterem as taças de champanhe pode variar entre antes ou depois da meia-noite. À meia-noite exatamente têm de estar grudados.

E porque há o horário de verão, não se importam de repetir o ritual uma hora depois, na verdadeira meia-noite.

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